quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Arcadismo no Brasil

 

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O Arcadismo desenvolveu-se no Brasil do século XVIII e se prendeu ao estado de Minas Gerais, onde se havia descoberto ouro, fato que marcou o local como centro econômico e, portanto, cultural da colônia portuguesa.
No apogeu da produção aurífera, entre as décadas de 1740 e 1760, Vila Rica (hoje Ouro Preto) e o Rio de Janeiro substituíram a cidade de Salvador como os dois pólos da produção e divulgação de idéias.
Os ideais do Iluminismo francês eram trazidos da Europa pelos poucos membros da burguesia letrada brasileira - juristas formados em Coimbra, padres, comerciantes, militares.[1]
Alguns autores destacados desse momento são Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e José de Santa Rita Durão.
O Arcadismo, também chamado Neoclassicismo, terminou em 1836, no Brasil, e abriu as portas para o Romantismo.
Frei Santa Rita Durão (1722-1784), autor do poema épico Caramuru



Embora tenha publicado seu poema depois do aparecimento de O Uraguai, de Basílio da Gama, Santa Rita Durão retorna aos moldes do poema épico clássico tradicional fazendo da obra de Camões modelo para o seu Caramuru, que canta a descoberta e colonização da Bahia por Diogo Álvares Correia .

Como o de Basílio da Gama, o assunto tomado por Santa Rita Durão não tinha caráter épico. Mas se o primeiro conseguiu, apesar disso, fazer um grande poema, com passagens de extraordinária beleza, o mesmo não se pode dizer do autor de Caramuru .. Poeta menor, Santa Rita Durão não conseguiu fazer obra de fôlego, se bem que sua linguagem seja relativamente fácil, "quase sempre elegante, freqüentemente harmoniosa, que se organiza em estrofes de construção regularíssima", quase sempre divisíveis em duas quadras por pontuação de pausa mais prolongada, conforme observação de Hernâni Cidade,

Movido, como diz, pelo amo( da pátria (; pelo desejo de fazê-Ia mais conhecida, Santa Rita Durão deixou-nos uma obra de caráter quase que informativo, embora tenha, também, idealizado o índio, encarnação do bom selvagem" rousseauniano. Haja vista a descrição de Paraguaçu:

"Paraguaçu gentil (tal nome teve),

Bem diversa de gente tão nojosa,

Da cor tão alva como a branca neve,

E donde não é neve, era de rosa;

O nariz natural, boca mui breve,

Olhos de bela luz, testa espaçosa".